acrostico com nome, acrostico sobre agua, acrósticos com nomes, o que acrostico
O que é um acróstico? Como o acróstico pode ser utilizado em sala de aula?
O acróstico é um gênero de composição poética bastante antigo. Consiste em formar palavras ou mesmo frases com as letras iniciais, intermediárias ou finais.
Para construir um acróstico, basta escrever na vertical:
– nomes de pessoas (Ricardo, Ana…)
– personagens fictícias (Pinóquio, Cinderela…)
– um objecto (lápis, bola…)
– animais (coelho, sapo…)
– uma frase
– …
Depois, utilizando como iniciais de cada verso as letras colocadas na vertical, constrói um poema que se relacione com essa(s) palavra(s) ou frase.
Adivinha
Com quatro patinhas, o rabo curtinho,
Orelhas compridas, peludo – é verdade –
E sempre a mexer o nariz quando come,
Louco por cenouras e alfaces, louquinho,
Há tanto no campo como na cidade.
O nome não digo. Qual é o seu nome?
Esta canção de Roberto Carlos é um exemplo de acróstico:
M ais que a minha própria vida
A lém do que eu sonhei pra mim
R aio de luz
I nspiração
A mor você é assim
R ima dos versos que eu canto
I menso amor que eu falo tanto
T udo pra mim
A mo você assim
M eu coração
E ternamente
U m dia eu te entreguei
A mo você
M ais do que tudo eu sei
O sol
R aiou pra mim quando eu te encontrei
Agora veja o poema que Ofélia Queirós dedicou a Fernando Pessoa:
Fazia bem em me dizer
E grata lhe ficaria
Razão porque em verso me dizia
Não ser o bom-bom para si…
A não ser que na pastelaria
Não lho queiram fornecer
D’outro motivo não vi
Ir tal leva-lo a crer.
Não sei mesmo o que pensar
Há fastio para o comer?
Ou não tem massa pr’o comprar?!
Peço porém me desculpe
Este incorrecto poema
Seja bom e não me culpe
Sou estúpida, e tenho pena
O Sr. é muito amável
Aturando esta… pequena…
Abaixo, atividade realizada com o 5 ano da Escola Ramez Tebet, Professora Marlene
Uma outra sugestão muito interessante é deixar que os alunos criem acrósticos com o nome dos colegas de turma. Será muito divertido! Veja alguns exemplos:
Daniela brincalhona
Anda na escola de Alvelos
Nada muito trapalhona
Ia para a piscina de Barcelos
Empata os deveres de casa
Lembra-se da brincadeira
Anda toda contente
Caminha toda a semana
A caminho da escola
Também corre no recreio
A jogar à bola
Riu-se do João
Ia ter com os amigos
Não quer pisar o chão
Anda a ver as formigas
Daniela Catarina, EB1/JI Paço Alvelos, Barcelos
Gosto de jogar
Ou brincar à bola
No campo vou jogar
Canções de vitória
Aplaudem os jogadores
Logo vamos marcar
Ou jogar
Já vou brincar
Ou estudar?
Sei a lição
Estou a jogar
Dezembro é mês de frio
Lá para casa do meu tio
A minha tia
Não é costureira
A minha mãe é cabeleireira
Gonçalo José, EB1/JI Paço Alvelos, Barcelos
LETICIA!!
É o meu nome!
Todos me tratam por “Tita”
Ideia gira nao é?
Com este nome tão lindo
Irei ser feliz
A vida inteira!
Leticia, 4.º ano, Rolle, Suíça
Um pouco da história dos acrósticos:
Os acrósticos já existiam na antiguidade com escritores gregos e latinos e na Idade Média com os monges. Foi um gênero muito utilizado no período barroco, durante os séculos XVI e XVII, e ainda hoje é muito utilizado por pessoas de várias faixas etárias, classes sociais e culturas diferentes.
A palavra ACRÓSTICO originou-se da palavra grega Ákros (extremo) e stikhon (linha ou verso), onde o prefixo indica extremidade, apontando a principal característica desse tipo de composição poética: as letras de uma das extremidades de cada verso vão formando uma palavra vertical. Mas as letras podem também aparecer no meio do verso.
Segundo a Enciclopédia Britânica, o acróstico é utilizado desde a antiguidade, inclusive nos livros bíblicos dos Provérbios e dos Salmos.
Em português o acróstico apareceu no Cancioneiro geral (século XVI) e chegou a ser feito por Camões, no soneto CCIX, cujo primeiro verso é “Vencido está de amor meu pensamento”.
Há muitas variantes: o acróstico alfabético, em que se vai enfileirando o alfabeto verticalmente; o mesóstico, em que as letras da palavra-chave aparecem no meio da composição, no final de cada primeiro hemistíquio ou início do segundo; e outras modalidades ainda mais complicadas.
Fizeram-se acrósticos em prosa, com as letras do começo de cada parágrafo, e se chegou a verdadeira mania de acrósticos nos tempos do barroco.
Um trabalho de autor nacional sobre acrósticos, é o de Dorival Pedro Lavirod. De sua autoria é a fábula intitulada “O Sapo e a Borboleta”, cujos versos são os seguintes:
Sabia que sou mais bonita?
A borboleta disse ainda ao sapo:
Pobre batráquio asqueroso,
O que você é me causa nojo!
E o sapo, com toda calma do mundo,
Assim respondeu à borboleta:
Bonita é minha natureza anfíbia,
O que, também, me protege mais,
Rios e solo me dão guarida,
Brejos e até mesmo matagais!
O que você faz para se defender?
Livre, viajo sobre todos os animais!
E, num segundo, o sapo projetou
Tamanha língua no espaço,
Acabando, assim, com o embaraço!
Os acrósticos podem ser simples, com frases, nomes ou palavras que não tenha ligação entre si, ou ainda poemas completos. Podem ser encarados como atividade lúdica, tornando-se um jogo muito interessante. Assim, uma das funções pode ser ressaltar as qualidades ou defeitos de alguém.
Pode-se dar evidência às letras em cada verso para evidenciar a quem são dedicados, ou ainda deixá-las sem evidência alguma, para torná-las secretas. Depende da intenção com que se fez o acróstico. Os acrósticos são ainda encontrados na Bília, principalmente nos Salmos, e em alguns poemas com o objetivo de revelar sua autoria.
Podemos dizer que o acróstico parece englobar três funções: 1) uma procura de virtuosidade própria dos poetas palacianos; 2) um carácter lúdico que designa todo um jogo de espírito sutil; 3) um certo gosto pelo secreto.
Exemplo:
Portugal, séc. XV, “meu pensamento”:
Vencido está de amor meu pensamento,
O mais que pode ser vencida a vida,
Sujeita a vos servire instituída,
Oferecendo tudo a vosso intento.
Contente deste bem, louva o momento
Ou hora em que se viu tão bem perdida;
Mil vezes desejando a tal ferida,
Otra vez renovar seu perdimento.
Com esta pretensão está segura
A causa que me guia nesta empresa.
Tão sobrenatural, honrosa e alta,
Jurando não seguir outra ventura,
Votando só para vós rara firmeza,
Ou ser no vosso amor achado em falta.
Neste caso a frase é Vosso como cativo, mui alta senhora, e constitui um duplo acróstico, composição difícil, na qual a leitura de duas séries de letras separadas forma uma frase significativa. Mas se relermos o repertório das curiosidades poéticas deparamos com o pentacróstico aue repete cinco vezes a mesma palavra, em cinco partes verticais dos versos (v. Tratatus de Executoribus de Silvestre de Morais, Tome II, Lisboa, 1730, p. 11).
O acróstico dissimula a palavra, que ele dá, escondendo-a; e requer do leitor uma certa esperteza para descobrir a sua subtileza. Relaciona-se com a adivinha e liga-se logicamente com ela pois existem enigmas em verso cujo nome figura em acróstico. Um autor pode assinar com um tipo de assinatura cifrada o seu próprio nome em acróstico.
Definição Dicionarizada:
acróstico
(grego akrostikhís, -ídos)
s. m.
1. Versif. Composição poética em que cada verso principia por uma das letras da palavra que lhe serve de tema.
2. Tipo de texto em que as primeiras letras de cada linha ou parágrafo formam verticalmente uma ou mais palavras.
adj.
3. Relativo a essa composição ou a esse tipo de texto (ex.: poesia acróstica). = acrostiqueno
- Relatar fatos em turma, através do acróstico, pode ser muito divertido! A tarefa pode ser feita em grupo ou individualmente!
2. Achei muito interessante a idéia da Professora Ana Paula, de incorporar o tema “Água” à ilustração visual do livrinho onde seria escrito o acróstico da turma. Esta idéia pode se estender a datas comemorativas, fatos históricos importantes etc. Veja:
3. O acróstico abaixo foi feito pelo aluno Carlos Alberto, com a temática “Estações do ano”. No caso, o inverno. Veja:
4. Acróstico ilustrado pela criança. Veja o trabalho da Eliza, da Escola EB1 do Coelhoso:
Muito bom!