Toda e qualquer mudança para o ser vivo é sempre um momento de ameaça. Para o ser humano ela vem acompanhada de receios e dúvidas, quando não, considerado um momento difícil. Hora da passagem do berço para a cama, hora de deixar as fraldas, ida para a creche, escola, mudança de residências e escolas. Para algumas crianças, essas mudanças não parecem afetá-las em nada e às vezes isso é fato. Ocorre que nunca é fácil para os pais terem essa certeza. Nem para ninguém. Por isso, é que sempre é melhor lidar com essas coisas com muito cuidado, juntamente com a criança. Levar a fala da criança em consideração é fundamental; seja qual for a linguagem através da qual ela se expressar. Para a criança essas ocasiões devem acontecer por etapas:
Do berço para cama; no caso da passagem do berço para a cama, deixe que a criança brinque com a novidade. Deixe que ele escolha o dia em que vai experimentar dormir na cama e fazer a troca no meio da noite, até que vá aos poucos se acostumando. Não precisa ficar repetindo que ela já está crescidinha, porque a criança vai absorver isso sozinha.
Trocando as fraldas pelo vaso: gradativamente. No início requer paciência da mãe e muita, muita ternura. Sempre antes de fazer a criança dormir deve-se evitar os líquidos, a menos que a criança externe que está com sede, é claro. Outra providência é levá-la ao vaso com tampo infantil, com cuidado para não insistir verbalmente, para que ela urine. Abra uma torneira da pia ou mesmo o chuveiro enquanto a criança estiver sentadinha no vaso. O barulhinho da água ajuda a acalmar e por parecer-se com o som do jato da urina funciona como estímulo. Mais adiante no tempo, uma vez ou outra ela vai fazer xixi na cama.Nunca a repreenda. Brinque, dizendo que água, sabão e sol foram feitos para deixar a roupa cheirosinha outra vez. Diga alguma coisa gostosa e leve para que a criança não se sinta culpada. Brinque dizendo que deu goteira no pijaminha dela; claro que a criança vai entender a brincadeira. O mesmo processo de tranqüilidade deve acontecer ao fazer cocô. Sem pressa. Muita gente não sabe até hoje porque sofre com prisão de ventre. Não que prisão de ventre seja causada unicamente por este motivo; ela pode ter inúmeras causas.
Mudança de residência: se a sua criança já percebe mais agudamente as diferenças, o ideal seria que houvesse oportunidade dela se despedir da antiga casa. Como? Uma noite, toda a família iria dormir na casa nova. Dormir em colchonetes, se não puder contar com alguma cama. Fazer uma farra nos colchonetes. Fazer o reconhecimento da área da casa ou do edifício, em mais de uma oportunidade. Assim sua ou suas crianças fariam a passagem sem tanto receio. Quase sempre crianças gostam desse tipo de mudança nas vidas delas; vai depender da idade. Tente obter informações dela sobre o fato.
Tô com medo!
É na hora de dormir, quando a hora em que eles sabem que vão estar sozinhos é que as fantasias de medo se apresentam de maneira perturbadora.
Por este motivo que o ideal é que a criança na hora de deitar para dormir, tenha a presença da mãe ou do pai. Uma avó afetuosa. Pessoa com quem a criança sinta-se confortável para dizer dos seus medos. O medo das sombras que povoam as paredes ou qualquer outro espaço do quarto.
Muito comum é uma criança chamar a mãe para dizer que simplesmente está com medo. É importante identificar através do ” quê” o medo se manifestou. No caso da hora de deitar, a luz de fora do quarto projeta na parede as sombras do que está no caminho do facho de luz. Uma dobra no tecido da cortina um galho de árvore ou planta movida pelo vento, vai se projetar como sombra em movimento.
Quando a criança explicita medo das sombras, uma brincadeira esclarecedora é identificar o objeto que resulta em um “monstro” . Se a criança desejar se levantar para procurar o “monstro” é bom deixá-la fazer. Não apenas pelo medo do escuro que a criança poderá sentir, sempre é bom deixar um foco de luz bem tênue aceso.
Fonte:www.dominiofeminino.com.br
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