Um dicionário gauchês tri legal, tchê!
A
A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.
Abichornado: Aborrecido, triste, desanimado.
Achego: Amparo, encosto, proteção.
Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se castiga o animal de montaria ou de tração.
Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço; Unir, juntar, com relação a pessoas.
Afeitar: Cortar a barba.
Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas lidas de campo e executar outros trabalhos.
Água-benta: Cachaça, destinada a ser bebida ocultamente.
Água-de-cheiro: Perfume, extrato.
Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água. Bebedouro. Chamam-se campos de boas aguadas os que possuem bastante água, apropriada para os animais beberem.
Ajojo: É feito de couro cru torcido para prender os canzil no pescoço dos bois carreiros.
Alambrado: Aramado. Cerca feita de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.
Anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.
Anta: Pessoa interesseira.
Apojo: O leite mais gordo extraído da vaca após a segunda apojadura. Este é mais rico em gordura e de melhor sabor.
Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.
Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Por extensão aplica-se às pessoas, com o significado de portar-se mal, tornar-se xucro, zangado, grosseiro.
Arapuca: Armadilha para pegar passarinhos; Trapaça.
Arreios: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.
Azucrinado: Encomodado.
B
Badana: Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho, se houver.
Bagual: Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor, animal não castrado.
Bah: Abreviação de barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa, indignação.
Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.
Bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.
Bidê: Mesinha de cabeceira. (Aportuguesado do francês bidet).
Biriva: Nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado. Var.: beriva, beriba, biriba.
Bóia: Comida.
Bombacha: calça típica do gaúcho, introduzida durante a Guerra do Paraguai por imigrantes turcos
Bolicho: Casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca importância. Bodega.
Bolicheiro: Dono de bolicho.
Braça-de-Sesmaria: Media antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600 m ou seja 14.520 metros quadrados.
Bruaca: Mulher feia. Utensílio que é colocado um de cada lado na cangáia no lombo do cavalo ou na mula para transportar alimentos, prática muito utilizada na época que não havia estradas e nem veículos para fazer o transporte.
Buenacha: Boa.
Bugio: Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano. Animal da Serra.
C
Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para segurar o cavalo ou o muar.
Cachaço: Porco não castrado, barrasco, varrão.
Cacho: A cola, o rabo do cavalo.
Cagaço: Grande susto, medo.
Caju: Confronto entre os times do Caxias e do Juventude (Caxias do Sul).0
Calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante.
Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.
Campear: Procurar pelo campo. Buscar. Esquadrinhar. Usa-se, também, em sentido figurado.
Canga: É feito de madeira que é colocado no pescoço de dois bois carreiros para puxar carreta ou arado.
Canzil: É feito de madeira, que é colocado na canga para prender no pescoço dos bois carreiros.
Capão: Diz-se ao animal mal capado; Indivíduo fraco, covarde, vil; Pequeno mato isolado no meio do campo. (Etim.: Do guarani caá, mato, bosque, e paú, ilha, ou seja, ilha de mato.)
Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada. Pessoa que nas lides pastoris, é incumbida de chefiar o pessoal.
Carancho: O mesmo que cará-cará, ave de rapina muito comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo que entra de graça em baile onde é obrigatório o pagamento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de número de parceiros limitado, que fica aguardando oportunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis impedimentos.
Carboteiro: Alguém difícil, que não dá bola.
Carreira: Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.
Caudilho: Chefe militar ; Manda-chuva.
Chalana: Embarcação ou Lancha grande e chata.
Chambão: Otário.
Charla: Conversa.
Chasque: Recado; Mensagem.
Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1923. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, parecida com o caracará, porém menor do que este. Tenaz feita de arame para pegar brasas nos fogões.
China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas; Cabloca, mulher morena; Mulher de vida fácil; Esposa.
Chineiro: Grande número de chinas, índias ou caboclas.
Chinoca: Mulher.
Chiripá: tipo de vestimenta do homem pobre anterior à bombacha
Chorro: Jorro.
Cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.
Coalheira: Um dos estômagos do animal bovino que, por conter muito ácido, é usado para coalhar ou coagular o leite para o preparo do queijo.
Cocho: Recipiente de madeira ou de outro material, de várias formas e de vários tamanhos, que serve para diversos fins: para colocar sal para o gado nos rodeios, para dar ração aos animais domésticos, para lavar mandioca, para o fabrico da farinha, etc.
Colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor.; Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.
Corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm ondemorar.
Credo: Exclamação de espanto.
CTG: sigla para Centro de Tradições Gaúchas
Cuia: Cabaça. Porongo, ou, mais propriamente, cabeça de porongo que se usa para preparar o mate. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate. A cuia de chimarrão, ou de mate, feita de cabeça de porongo, é, muitas vezes, guarnecida de prata, artisticamente lavrada.
Cuiudo: O mesmo que colhudo.
Cupincha: Companheiro, amigo.
Cusco: Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
D
Daga: Adaga, facão.
Doma: Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.
Domador: Amansador de potros. Peão que monta animais xucros.
E
Embretado: Encerrado no brete.; Metido em apertos, apuros ou dificuldades; enrascado, emaranhado.
Entrevero: Mistura, desordem, confusão de pessoas, animais ou objetos.
Erva-caúna: Variedade de erva mate de má qualidade, amarga.
Erva-lavada: Erva já sem fortidão por ter servido para muitos mates.
Estância: fazenda
Estrela-boieira: Estrela d´alva.
Estribo: Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.
Estropiado: Diz-se o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em consequência de marchas por estradas pedregosas.
F
Facada: Pedido de dinheiro feito por indivíduo vadio, incapaz de trabalhar, que não pretende restituí-lo.
Facho: O ar livre. Usado na expressão sair do facho.
Fatiota: Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.
Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cozida.
Flaco: Fraco, magro, desnutrido.
Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.
Funda: Estilingue, bodoque.
G
Gadaria: Porção de gado, grande quantidade de gado, o gado existente em uma estância ou em uma invernada.
Galpão: Construção existente nas estâncias, destinadas ao abrigo de homens e de animais; O galpão característico do Rio Grande do Sul é uma contrução rústica, de regular tamanho, em geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de chão está sempre aceso. Serve de abrigo e aconchego à peonada da estância e a qualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
Ganiçar: Ganir.
Gato: Bebedeira, porre, embriaguez.
Gaudério: Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa; Parasita; Amigo de viver à custa alheia.
Graxaim: Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai, geralmente, à noite. É muito comum em toda a campanha.
Grenal: Confronto entre os times do Grêmio e Internacional.
Gringo: Denominação dada ao estrangeiro em geral, com exceção do português e do hispano-americano.
Guabiju: Fruta silvestre, comestível, semelhante à jabuticada, porém um pouco menor e que não cresce presa ao tronco como aquela.
Guaiaca: Cinto largo de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos.
Guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. Pequeno, de minguada estatura. Aplica-se, também, às pessoas, com sentido depreciativo.
Guapo: Forte, vigoroso, valente, bravo.
Guasca: Tira, corda de couro cru, isto é, não curtido; Homem rústico, forte, guapo, valente.
Guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço, relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.
Guri: Criança, menino, piazinho, serviçal para trabalhos leves nas estâncias.
H
Haraganear: Andar solto o animal por muito tempo, sem prestar serviço algum.
I
Iguaria: Culinária.
Invernada: Grande extensão de campo cercado. Nas estâncias, geralmente, há diversas. Ou grupos de danças típicas que se apresentam em comemorações e eventos tradicionais
Invernadas: Para engordar, para cruzamento de raças, etc.
J
Juiz: Pessoa que julga a chegada dos parelheiros, nas carreiras, em cada laço. O mesmo que julgador.
Jururu: Cabisbaixo, tristonho, abatido.
L
Lábia: Habilidade de conversa.
Lançante: Descida. Forte declive num cerro ou coxilha; qualquer terreno em declive.
Lasqueado: Trouxa.
Légua: Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou 6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.
M
Macanudo: Designa alguém bonito ou algo legal.
Maleva: Bandido, malfeitor, desalmado; Cavalo infiel, que por qualquer coisa corcoveia.
Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.
Mamona: Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.
Mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.
Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas; Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.
Marica: Gay, boiola, abichornado.
Mateada: antigamente, designava a reunião de peões para tomar chimarrão durante o transporte de gado. Hoje, é a denominação das festas tradicionais
N
Negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a pessas que se tem afeição.
O
Oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.
Orelhano: Animal sem marca, nem sinal.
P
Pachola: bonito, faceiro, é usado para definir um tipo de nó no lenço vermelho que os peões usam no pescoço
Paisano: Do mesmo país; Amigo, camarada.
Palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.
Papudo: Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.
Parelheiro: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Deve provir de parelha, já que a maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio Grande do Sul, eram apenas de dois cavalos).
Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Patrão-velho: Deus.
Pealar: Prender com o laço pelas mãos ou patas dianteiras o animal que está correndo, atirando-lhe o pealo que o lança por terra. Figuradamente, armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.
Peão: originalmente, essa palavra servia para nomear o empregado da estância. Hoje, é a forma genérica para o par da prenda
Pelechar: Mudar o animal de pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.
Peleia: Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate.
Pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.
Pereba: Ferida de mau caráter, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas. Figuradamente, ponto fraco. Var.: Pereva (parece provir do tupi-guarani, perebi, mancha de sarna).
Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.
Piá: Menino, guri, caboclinho.
Piguancha: China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. Mulher de vida fácil.
Pilcha: a roupa típica de peões e prendas
Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.
Poncho: Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
Porongo: Planta cucurbitácea (também chamada porongueiro), de cujos frutos se fazem cuias ou cabaças.
Potrilho: Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
Prenda: a moça gaúcha, usando seu vestido tradicional de festa
Q
Queixo-duro: Cavalo que não obedece facilmente a ação das rédeas.
Quero-mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.
R
Rebenque: Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.
Reculuta: Significa encontrar, buscar, recuperar um animal que se perdeu da tropa, ‘juntar’ os animais. É comum encontrá-la em letras de músicas nativistas. Regalo: Presente, brinde.
Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na ponta.
Renguear: Claudicar dos membros posteriores, coxear, caminhar arrastando uma perna. Tornar rengo um animal ou uma pessoa.
Repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro.
Reponte: Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o outro.
S
Sanga: Pequeno curso d’água menor que um regato ou arroio.
Sarandi: Terra maninha.
Selin: Sela própria para uso da mulher.
Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000 braças; ou 6.600 por 19.800 metros; ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.
Soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.
Surungo: Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.
T
Taco: Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso. guapo.
Taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca de pedra, na região serrana.
Taita: Indivíduo valentão, destemido, guapo.
Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara vlexivel.
Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.
Talho: Ferimento.
Tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Tchê: Meu, principalmente referindo-se a relações de parentesco. (Veja mais em Tradicionalismo).
Tentos: Pequenas tiras de guasca presas a duas argolas existentes na parte posterior do lombilho, de um e outro lado, às quais se amarram o poncho, o laço, ou qualquer coisa que se queira conduzir à garupa.
Tirador: Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador, que por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.
Tosa: Tosquia, toso, esquila.
Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.
Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.
Trem: Sujeito inútil.
Três-Marias: Boleadeiras.
Tri: muito
Tronqueira: Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.
Tropeiro: Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre dedicação integral de quem o realiza.
Trovar: conversar, prosear.
U
Uma-de-pé: Uma briga, conflito, luta.
Usted: Você. Usado só na fronteira.
V
Vacaria: Grande número de vacas; Grande extensão de campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.
Varar: Atravessar, cruzar.
Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.
Vaza: Vez, oportunidade.
Vil: Covarde, desanimado, fraco.
Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.
X
Xepa: Comida.
Xerenga: Faca velha, ordinária.
Xiru: O mesmo que chiru.
Xucro: Diz-se ao animal ainda não domado, bravio arisco.
Z
Zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.
Zunir: Ir-se apressadamente.
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