Esse projeto tem como objetivo identificar estratégias de como incentivar o hábito da leitura nos alunos. Confira:
Incentivando o hábito da leitura com os alunos
I – INTRODUÇÃO
Todas as tarefas de nossa vida cotidiana envolvem a leitura. Quando falamos sobre o ato de ler, queremos dizer que é um processo dinâmico e ativo, fazendo com que o leitor leve para o texto a sua experiência e visão de mundo através da leitura, relatos orais e escritos.
Para KLEIMAN,
…a leitura é um ato social, entre dois sujeitos – leitor e autor – que interagem entre si, obedecendo a objetivos e necessidades socialmente determinados. Essa dimensão interacional, que para nós é a mais importante do ato de ler, é explicitada toda vez que a base textual sobre a qual o leitor se apóia precisa ser elaborada, pois essa base textual é entendida como a materialização de significados e intenções de um dos interagentes à distância via texto escrito (1997; pág. 10).
Produzir bons leitores é um desafio de todo professor. É uma tarefa que começa cedo e deve continuar por toda a vida. O objetivo da leitura é a compreensão do mundo que cerca o aluno no seu cotidiano. A leitura é um diálogo, uma troca, uma interação entre o leitor e o autor.
Muitos alunos não se tornam bons leitores, pois não compreendem o sentido global do texto, mesmo sabendo o significado das palavras. Lêem linha por linha e palavra por palavra, mas não conseguem entender o significado ou sentido do texto.
Um bom leitor não se faz por acaso, é preciso estimular a leitura na criança antes mesmo que ela aprenda a ler. É preciso que a criança entre em contato com os livros desde cedo, e, no início da alfabetização com variados tipos de texto, para compreender a leitura e seus significados.
As aulas de leitura devem ocupar um espaço prazeroso, onde o aluno seja estimulado a analisar e compreender as idéias dos autores e do texto. É imprescindível que o professor demonstre o seu gosto pela leitura e que é um leitor competente. Ele precisa mostrar que a leitura é atraente despertando assim o interesse da criança por essa prática.
Muitos educadores acreditam que crianças que convivem com um meio letrado, sendo estimuladas a ler, possuem maiores e melhores condições de desenvolver seu senso crítico em seu entorno social. A leitura é uma ferramenta indispensável à vida em sociedade.
Toda escola deve oferecer condições aos professores e alunos para terem a prática da leitura tanto na escola como em casa. É preciso valorizar os momentos importantes na vida do aluno e, para tanto a escola deve contar com a participação da família. Os pais devem ter um papel fundamental na educação dos filhos, sempre devem estimular seus filhos a praticar a leitura.
O desinteresse dos alunos pela leitura é uma grande a preocupação nas escolas, é preciso valorizar essa prática, pois com ela e através dela, poderemos oferecer ao educando melhores condições dentro do mercado de trabalho.
Paulo Freire sempre discutiu sobre a importância do ato de ler e a formação de novos e bons leitores. O autor nos diz que a leitura deve ser realizada de forma concreta, ela deve ter um significado real para a criança. Segundo o autor,
“… A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto”. (FREIRE, 1992, p.11),
II – OBJETIVOS GERAIS
O objetivo geral deste trabalho é de investigar as práticas de leitura e como esta poderá contribuir na melhoria da habilidade de interpretação de textos e, conseqüentemente na formação de alunos críticos e leitores e formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos do mundo.
III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A especificidade deste trabalho visa analisar as práticas e:
Compreender como é a prática de leitura;
Identificar estratégias utilizadas pelos professores a fim de desenvolver nos alunos o hábito de ler;
Entender o que é necessário fazer, para que os alunos se tornem leitores autênticos;
Valorizar a habilidade de leitura e contribuir para que o aluno possa exercer o papel de cidadão com eficiência;
IV – JUSTIFICATIVA
A finalidade desta pesquisa surgiu da necessidade de estimular os alunos à leitura e de entender como se dá aprendizagem e o desenvolvimento do hábito de ler. Esse tema, embora seja amplamente discutido por vários educadores, ainda é cercado por dúvidas. A escola tenta propiciar aos alunos os conhecimentos necessários para compreender, se adaptar e construir opiniões, em seus contatos com diversos ambientes e pessoas.
Um dos desafios dos dias atuais nas escolas é desenvolver no aluno o gosto pela literatura, pois há um desinteresse dos alunos pela leitura. São várias as razões que distanciam o aluno da leitura como a falta de incentivo dos pais, as várias formas de diversão tecnológicas, etc.
Segundo CUNHA (1998, p.18) O quadro relativo ao hábito de leitura no Brasil só poderá melhorar quando toda a postura do adulto relativa ao livro e à função dele na educação se modificar.
É preciso renovar livros, atividades instigar os alunos a querer sempre mais. A leitura precisa ser vista como uma possibilidade de indagar, pesquisar, criar, recriar, de maneira que a literatura venha a ter uma função atual, verdadeiramente recreativa, estética, social e renovadora entre as atividades da criança.
Além de prazerosa, a leitura é antes de tudo um objeto de ensino. Para que se constitua num objeto de aprendizagem é necessário que tenha sentido de fato para o aluno, sendo assim, deve cumprir uma função para a realização de propósitos que ele conhece e valoriza. Para que a leitura, como objeto de ensino, não se diferencie demais da prática social que se quer comunicar, é imprescindível representar ou reapresentar, na escola, os diversos usos que ela tem na vida social. Conseqüentemente, cada situação de leitura responderá a u duplo propósito: por um lado, ensinar e aprender algo sobre a prática social da leitura (propósito cuja utilidade, do ponto de vista, do aluno, é mediata); por outro lado, cumprir com um objetivo que tenha sentido na perspectiva imediata do aluno.
V – REVISÃO DE LITERATURA
Hoje em dia as novas tecnologias afastaram o leitor dos livros e os colocaram à frente de computadores e jogos eletrônicos o que resulta em alunos com o vocabulário cada vez mais pobre. Quanto mais se lê, mais se amplia o vocabulário, adquire-se mais conhecimento, acelera o raciocínio e aprimora a interpretação.
A prática da leitura deve ser estimulada desde os primórdios da infância fazendo com que a criança cresça sabendo que além de ser prazerosa nos traz muitos benefícios emocionais e intelectuais.
Segundo CUNHA:
A idéia de que a leitura vai fazer bem à criança ou o jovem, leva-nos a obrigá-los a ler, como lhes impomos a colher de remédio, a injeção, a escova de dentes, a escola. Assim, é comum o menino sentir-se coagido, tendo de submeter-se a uma avaliação, e sendo punido se não cumprir as regras do jogo que ele não definiu, nem entendeu. É a tortura sutil e sem marcas “observáveis a olho nu”, de que não nos damos conta (CUNHA,1998, p.51).
Para CUNHA a leitura deve contribuir para a formação de bons leitores. O bom leitor é aquele que entende e interpreta o que lê.
“A aprendizagem da criança na escola está fundamentada na leitura” (KLEIMAN; 1997; p.7). O processo de escolarização, quando bem sucedido, possibilita à criança a descontextualização da linguagem permitindo uma interação à distância com o autor.
Para a autora,
Esse tipo de interação é essencial para a aprendizagem ou esta estaria limitada àquilo que é imediatamente acessível aos nossos sentidos. Entretanto, esse tipo de interação é vedado a grande parte das crianças, para as quais o texto escrito é ininteligível, constituindo-se no maior obstáculo ao sucesso escolar. Daí que uma questão fundamental para o ensino seja como ensinar a criança a compreender o texto escrito. (KLEIMAN, 1997; p. 7)
Segundo a autora, fala sobre a impossibilidade de ensinar a compreensão, de se ensinar um processo cognitivo. O papel do professor seria criar oportunidades para desenvolver esse processo cognitivo. Uma maneira de procurar desenvolver tal competência seria investir na relação entre a interpretação do texto e a realidade.
Para isso, não há melhor sugestão que as obras infanto-juvenis que abordam questões do nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano. Elas permitem iniciar uma reflexão sobre a própria vida e desencadear o debate, movendo-o para fora da sala de aula, entre amigos e familiares, próximos do leitor infantil. Um bom leitor produzirá bons textos.
No dicionário pode-se ler a seguinte definição de leitura: “ Leitura. S.F.1.ato ou efeito de ler. 2. Arte ou hábito de ler.3.aquilo que se lê. 4. O que se lê, considerado em conjunto. 5. Arte de decifrar e fixar um texto de um autor, segundo determinado critério…”( Aurélio,1988: 390 ). A leitura é necessária para concepção de significados.
VI –PROPOSTA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO – PROJETO CENTOPÉIA
Sabendo da importância da leitura na vida do educando, começamos a desenvolver o Projeto Centopéia em sala de aula em parceria com a regente da classe.
O Projeto Centopéia tem como objetivo geral incentivar o desejo, o prazer e o interesse dos alunos pela leitura, e como objetivo específico o de fazer com que o aluno leia o maior número de livros e, assim, obtenha a maior centopéia.
Primeiramente foi esclarecido aos alunos como trabalhariam o projeto em casa e em sala de aula. Os alunos devem escolher o livro que queiram ler, levá-los para casa e lê-lo para alguém de sua família. Através dessa leitura, o aluno além de ler, irá melhorar sua entonação.
Após o término do livro, o aluno e seu companheiro de leitura farão um relato sobre o livro lido. Ao entregar o relatório ao seu professor, o aluno receberá mais um círculo para acrescentar ao corpo de sua centopéia. A cada livro lido o aluno ganha mais uma parte para compor sua centopéia.
Cada aluno recebeu um círculo de cartolina para que desenhassem a carinha de sua centopéia e dar início ao projeto com a escolha do livro que gostariam de ler.
Após a segunda semana, pudemos observar que 90% dos alunos começaram a pegar mais de um livro por semana para ler e seus relatórios eram satisfatórios. Podíamos perceber que, o relatório foi feito pelo próprio aluno, pois ao serem indagados sobre o conteúdo do livro que leu, o aluno sabia contar a história com minúcias de detalhes e expressar sua opinião sobre ele.
Os relatos feitos pelos companheiros de leitura nos fizeram ver que o projeto estava atingindo seus objetivos e fazendo com que os alunos tivessem um “momento especial” com seus pais. A hora da “leitura familiar” ganhou força e estimulou ainda mais os alunos a continuarem lendo.
Para nós, foi uma experiência única e satisfatória, pois além de despertarmos o gosto pela leitura nas crianças, também começaram a progredir em suas produções de textos.
VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa nos ajudou na análise reflexiva sobre a prática de leitura, pois a leitura é um objeto de ensino, e para que seja um objeto de aprendizagem, é preciso que tenha sentido para o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder a objetivos de realização imediata.
SCOZ diz que:
É dramático constatar que o número de alunos com “reais” problemas de aprendizagem é bem maior do que se poderia esperar. Justamente por não terem tido suas dificuldades iniciais prontamente atendidas, desenvolvendo vínculos negativos com o objeto do conhecimento e passaram, efetivamente, a ter problemas para aprender.
(SCOZ, 1994, p.153)
Na escola os alunos têm a chance de interagirem significativamente com uma variedade de textos do mundo, o que requer um trabalho com uma vasta diversidade textual.
A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidade que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que os alunos experimentem e aprendam isso na escola.
A escola deve oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores e práticas de leitura eficazes.
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